«Estamos todos ou ainda vem mais alguém?», pergunta-se no Jardim, depois da entrada surpreendente de Carlos pelo alçapão escondido na relva. A resposta vem quase de seguida: Cleide, a loira escolhida através dos votos do público, junta-se ao grupo. É a última a entrar.
As vozes misturam-se e as conversas cruzam-se na euforia das primeiras apresentações. Os novos residentes da Venda do Pinheiro passam as divisões em revista. É uma vistoria breve porque as prioridades são outras. Aprender a chamar cada qual pelo seu nome, saber de onde vêm, que idade têm e o que fazem na vida, parecem ser as principais inquietações da maioria. Descobrir os talentos de cada um e começar a tactear o contributo que podem trazer à animação dos dias e serões de clausura colectiva na Casa mais secreta do país, começa a ser a preocupação seguinte.
A som da concertina de João J., os vinte concorrentes aproveitam para libertar a adrenalina da chegada. Delphine, a mais jovem da Casa, adere rapidamente às modinhas tradicionais e dança sem embaraço no centro da roda que se vai formando à sua volta.
A Sala é o espaço eleito pela maioria dos novos residentes. Discutem-se tácticas para tomar banho e escolhem-se as camas. As raparigas queixam-se do frio. João M. discorda e é o primeiro a despir as camisolas. As conversas vão ganhando à vontade e até algum picante. No sofá, Cátia revela-se a mais afectuosa e já troca abraços com vários companheiros de aventura. Começam as incursões à Cozinha. A noite trouxe emoções fortes e, por enquanto, ninguém se mostra com vontade de dormir.
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